domingo, 11 de junho de 2017

Resenha do show Metal Ballads, do Edu Falaschi e All Star Band, no Manifesto Bar

Ontem, 10/06/2017, no Manifesto Bar, houve um show de celebração ao Dia dos namorados, liderado por Edu Falaschi (Almah, ex Angra e Symbols), seguido por “sua” All Star Band, composta pelos músicos Ricardo Confessori (ex Shaman e Angra) na bateria, Luis Mariutti (About 2 Crash, Motorguts, ex Andre Matos, Shaman e Angra) no baixo, Junior Carelli (Noturnall, ANIE e ex Shaman) nos teclados e Demian Tiguez (ex Symbols) na guitarra. O concerto ainda contou com a presença do baixista Raphael Dafras, da banda Almah.

Embora o supergrupo seja formado por lendas do Metal Nacional, a proposta do show foi de apenas tocar baladas, tanto as do Angra quanto as do Almah. Uma ideia diferente e interessante, que até agora não havia acontecido, mas que já era querida por muitos fãs, principalmente pelos românticos.

Todos os músicos foram e são competentíssimos: Edu Falaschi, que recentemente lançou o álbum E.V.O. (com a sua banda Almah), mostrou que realmente voltou a cantar notas agudas como nos tempos de Angra. Júnior Carelli, sempre simpático, não só toca as músicas da forma como foram gravadas originalmente, mas também improvisa algumas introduções diferenciadas, o que enriquece a apresentação. Luís Mariutti, como é de seu costume, faz o seu trabalho responsável e seriamente, na dele. Ricardo Confessori não toca da mesma forma que o seu sucessor no Angra, Aquiles Priester (Hangar, Noturnall e ex Angra), mas faz mais do que o necessário, pois impõe o seu estilo na música. Raphael Dafras já é conhecido do público, parceiro do Edu no Almah, não precisa de comentários. E, por fim, Demian Tiguez, o antigo guitarrista do Symbols, banda dos irmãos Falaschi, ainda nos anos 90. Embora seja o mais desconhecido, o rapaz executa as canções eximiamente. Foi, com certeza, um dos destaques da noite.

O show começou com três músicas do Angra: Heroes of Sand, Wishing Well e Lease of Life, respectivamente dos álbuns Rebirth (2001), Temple of Shadows (2004) e Aqua (2010). Três músicas da fase em que Edu Falaschi passou pela banda. Essa última também faz parte da época que o baterista, Ricardo Confessori, ainda era um membro do Angra.

Em seguida, tocaram Breathe, canção do primeiro e homônimo álbum do Almah, lançado em 2006. Logo após, um momento muito bonito de reconhecimento do vocalista pelos parceiros Luís Mariutti e Ricardo Confessori, é tocada Lisbon, canção que não é da época do Edu, mas é do baterista e baixista, junto do primeiro vocalista do Angra, Andre Matos.

Depois, foi a vez de Warm Wind, música sempre presente nos concertos do Almah, uma balada feita pelo Edu em homenagem à sua filha. Posteriormente, duas surpresas: Breaking Ties e Dream On. A primeira faz parte do repertório do álbum Aurora Consurgens (2006), um dos mais injustiçados pelos fãs do Angra, e a segunda é um clássico do Rock Internacional, de 1973, da lendária banda Aerosmith. Porém, a versão tocada pela All Star Band foi a do grande Dio em parceria com o Malmsteen, pilares e mestres do Metal. Edu cantou Dream On de forma muito dramática, com alguns ecos, ficou muito bonita.

As próximas baladas foram Forgotten Land, Bleeding Heart, Visions Prelude e Nova Era. Exceto a primeira, que é do Almah, todas as outras são do Angra. Bleeding Heart compõe o Hunters and Prey (2002) e as duas últimas fazem parte do Rebirth, álbum de estréia de Edu na deusa do fogo. Detalhes: Visions Prelude nunca havia sido tocada ao vivo e Nova Era foi executada acusticamente, teclado e voz, que é a versão do Moonlight (2016), trabalho solo do vocalista, posto que a música é uma pauleira.

Por fim, três músicas do Angra: Rebirth (do álbum homônimo e de estréia do Edu), Late Redemption (do excelente Temple of Shadows) e a inesperada Carry On (do primeiro trabalho da banda, o Angels Cry, de 1993) fecharam majestosamente a noite.  A penúltima música foi uma das que mais emocionaram o público, que cantou em coro, tanto as partes em português, originalmente gravadas pelo grande Milton Nascimento, quanto os trechos em inglês, pelo Edu Falaschi, que são a maior parte.

A última canção requer dois parágrafos somente para ela, pois foi um dos momentos mais bonitos do show. Carry On, como se sabe, não é da época do Edu, mas do primeiro vocalista do Angra, segundo o próprio Edu Falaschi,  ontem: “o grande Andre Matos”. Além dele, na época, faziam parte da banda o baixista Luís Mariutti, o baterista Ricardo Confessori (embora este não tenha gravado o primeiro álbum, pois entrou somente depois do lançamento), ambos presentes no concerto de ontem, e os guitarristas Rafael Bittencourt (Angra e Bittencourt Project) e Kiko Loureiro (Megadeth e ex Angra).

Segundo Edu, embora a ideia do show seja tocar somente baladas, ele se vê na obrigação de tocar essa música que mudou a vida de muitos fãs, de muitos músicos e de todo o cenário do Heavy Metal nacional e internacional, no formato original: rápida, pesada, metal, pois é um dos hinos do Power Metal, gênero que o Angra ajudou a criar. Além disso, tocá-la é uma maneira de prestigiar o baixista Mariutti e o baterista Confessori, que são pessoas importantes desta história criada ainda nos anos 90, quando ele, Falaschi, estava com sua primeira banda, o Mitrium, e nem imaginava que um dia entraria para o Angra. Para isso, convidou uma menina da plateia, uma moça que grava vídeos e posta no Youtube, cantando músicas do Angra e do Almah, para fazer um dueto, ajudando-o nas notas mais altas. (Agora, é ela quem não imaginava que um dia estaria cantando junto com ele...)

Com isso, fecha-se a noite com chave de ouro. Se há algumas críticas positivas a se fazer, essas são: se o projeto continuar, aumente o tamanho do setlist, quinze músicas é pouco. Não foi tocada nenhuma música dos álbuns Fragile Equality (2008) e Motion (2011), do Almah; não foi executada nenhuma balada do Symbols, banda underground muito querida pelos fãs; houve apenas uma música do Aurora Consurgens e do Aqua, trabalhos subestimados do Angra. A outra dica é: Edu, decore ou releia as letras. Foram bem poucos deslizes, mas perceptíveis.

Finalmente, tomara que surjam mais oportunidades de shows do projeto, que ele continue e que volte à grande São Paulo novamente, em breve.

Setlist:

Heroes of Sand - Angra
Wishing Well - Angra
Lease of Life - Angra
Breathe - Almah
Lisbon - Angra
Warm Wind – Almah (participação de Raphael Dafras)
Breaking Ties – Angra (participação de Raphael Dafras)
Dream On - Aerosmith
Forgotten Land - Almah
Bleeding Heart - Angra
Visions Prelude - Angra
Nova Era acústica - Angra
Rebirth - Angra
Late Redemption - Angra
Carry On – Angra.



2 comentários:

  1. Excelente feedback do show Carlos, eu gostaria de ter assistido ao vivo também. Achei interessante as críticas positivas, de fato os álbuns mencionados como subestimados são mesmo, porque há muita música boa neles, particularmente gosto.

    Achei interessante terminarem com a Carry On, justamente pelo significado imposto nela. "Siga em Frente, Continue..." Talvez, esse seja uma "mensagem" aos fãs que é possível que o projeto continuará.

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    1. Acredito que se o projeto continuar, ao menos por um ano, como o Edu fez com o Metal Classics, o pessoal iria aos shows, pois há muitos fãs das baladas, que quase não tocam nos shows. Algumas delas nunca foram tocadas.

      Obrigado.

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