segunda-feira, 2 de março de 2020

Relato pessoal: Vision Divine - Brasil - 01/03/2020 (Carioca Club)


A primeira vez que ouvi falar na banda Vision Divine foi no saudoso Orkut, na comunidade do Helloween, numa discussão dos veteranos conhecedores de Power Metal sobre vocalistas. Quando vi e ouvi “La vita fugge” ao vivo, com o até então desconhecido para mim Michele Luppi, fiquei maravilhado, já perdi a conta de quantas vezes vi aquela apresentação e, sempre que posso, mostro para alguém: “É disso que gosto! Técnica, velocidade, fundo literário e agudos!”

Ontem, 01/03/2020, tive a oportunidade de ver os italianos pela primeira vez, num pequeno “festival” onde, antes deles, tocaram outras três bandas, a saber, Eve Desire, Ego Absence e StormSons. O show do Vision Divine, curto, focou mais em seu novo trabalho, “When all the heroes are dead”, de 2019, apresentando o seu novo baterista, Mike Terrana (ex-Malmsteen, ex-Tarja Turunen, ex-Masterplan), e vocalista, Ivan Giannini.


O concerto, o último da turnê da América-Latina, marcado para começar às 20h, iniciou às 21h e durou até às 22h30. O setlist não trouxe novidades, na verdade, por causa do atraso, tocaram uma música a menos, “The miracle”, que foi tocada em todas as outras datas, mas a qualidade continuou a mesma.

O novo vocalista, Ivan Giannini, é absurdo, muito carismático e possui uma voz potente, limpa, aguda, que cobre bem as outras duas fases da banda, com Fabio Lione (Angra, Turilli/Lione Rhapsody) e Michele Luppi (Whitesnake, Secret Sphere). Além dos seus movimentos no palco, é impossível não notar algumas de suas manias, como mostrar a língua e virar os olhos para cima (essa última é vista até mesmo no clipe de “26th machine”). Quanto aos outros membros da banda, exceto o baterista (que teve um momento só para ele solar e assolar os seus pratos altíssimos), conhecido por muitos outros trabalhos, já é sabido que são extremamente técnicos e competentes.

(Videoclipe de "The 26th machine")

O repertório da banda teve músicas de todos os álbuns, mesmo que de alguns tenha sido apenas uma canção, como foi o caso de “Violet loneliness” (do “9 degrees West of the Moon”), de “Send me an angel”, do álbum homônimo, de “Message to home” (do “Destination set to nowhere”) e da “25th hour”, do também homônimo trabalho.

Como já foi relatado, diferente dos outros shows da turnê, neste não houve a execução de “The miracle”, por causa do atraso das bandas anteriores. Por um momento, pensei que haveria uma troca de músicas, pois o vocalista e o tecladista iniciaram a belíssima “Identities”, o que foi uma grande surpresa, mas depois emendaram-na em “Of light and darkness”, num curto medley, para em seguida a banda terminar o show com a clássica “La vita fugge”, a música que me fez conhecer e adorar os italianos.

Uma pena que a noite foi curta, não houve tempo (ou não quiseram perdê-lo) nem para apresentar os integrantes. Logo após o medley mencionado, o vocalista chamou o tecladista para a frente do palco, mas o líder da banda, o guitarrista Olaf Thorsen, expressou, visivelmente, na frente do Ivan (e de todo mundo...): “NON HA TEMPO!”, ao que fomos respondidos com um rápido: “Oh, OK, there’s no time. The last song, ‘La vita fugge’!” Uma pena (trocadilho à parte: “The fallen feather”...).

Além do atraso, outros problemas do show foram que estava sobrando muito grave e nos momentos de maior silêncio havia um chiado saindo de algum equipamento, transtorno ocorrido somente  com o Vision Divine...

Ainda assim, foi uma boa apresentação, uma grande estreia dos novos membros e mais uma consolidação do grupo como um todo. Que venha a próxima vez — e que não demore tantos anos novamente para acontecer! —, num show de maior duração e sem esses pequenos obstáculos. Be Divine!

Setlist

The 26th machine
3 men walk on the Moon
The secret of life
Now that all heroes are dead
Angel of revenge
Violet loneliness
25th hour
Solo de bateria
The perfect machine
Message to home
Were I God
Send me an angel
Medley (Identities e Of light and darkness)
La vita fugge