Já faz um tempo que muitas pessoas não
aceitam elogios verdadeiros vindos de pessoas verdadeiras. Há um medo, um
desconforto ao ouvir algo que lhe é bom, que lhe é favorável, como se o elogio
fosse um fardo a ser carregado: uma responsabilidade.
As pessoas negam seus "dons", seus
dotes, suas virtudes, para se mostrarem "humildes"; para se mostrarem "modestas" — quase como um arrependimento pelas suas qualidades
(Schopenhauer diz isso).
A modéstia tornou-se uma das maiores virtudes
humanas, e o que é isso senão a negação de seus próprios valores, de sua
própria vida? Isto é: a decadência do ser (que Nietzsche diz ter começado com o
cristianismo).
É notório que as pessoas aderem mais aos adjetivos ruins do que aos bons. Vivemos em uma sociedade falsa e depressiva (não é
à toa que livros de autoajuda vendem aos montes).