DIAS,
Eliana; MESQUITA, Elisete Maria de Carvalho; FINOTTI, Luísa Helena Borges; ET
AL. Gêneros textuais
e(ou) gêneros discursivos: Uma questão de nomenclatura? Disponível em: <HTTP://www.eses.pt/interaccoes>. Acesso em: 22 de fevereiro de 2015.
Este
artigo tem como base interrogar e explicar o uso e o motivo de alguns teóricos
usarem os termos “gênero textual” ou “gênero discursivo”, algo que muitas vezes
é usado ou entendido erroneamente, ou como se possuíssem o mesmo significado.
Para isso, as autoras buscaram respostas e definições em obras de Bakhtin,
Adam, Bronckart, Rojo e outros estudiosos.
Em apenas
12 páginas de conteúdo, é explicitado o início desta “confusão” de termos, desde
as interpretações sobre linguagem de
Bakhtin até os dias atuais, com outros teóricos. Explica-se aqui o que é gênero
textual e discursivo, se há diferenças entre os dois, como são formados, de quê
são formados e como devem ser entendidos.
Começam
com a perspectiva de Bakhtin sobre o que é linguagem e como ela é formada
(enunciação, polifonia, dialogismo e a própria noção de gêneros – p.144).
Fica-nos claro que, para Bakhtin, o enunciado, para ser criado, precisa de uma interação
entre um ser, um contexto histórico e um diálogo entre pessoas de uma mesma cultura.
Para cada
situação, usamos um gênero para expressarmo-nos, e esse gênero é criado a
partir de um tema, estilo e estruturação. Por isso, devemos sempre entender o
momento histórico em que o texto foi criado, porque o texto sempre será o
mesmo, o que mudará serão as interpretações sobre ele.
Vale
ressaltar a complexidade do estilo, que é dito que quase sempre será
individual, mas que, muitas vezes, dependendo do gênero escolhido para
transmitir nossas ideias, devemos usar o estilo próprio do gênero.
As
autoras se utilizam de Bronckart para explicarem que o texto é que forma o
gênero, sendo que o texto é formado por concepções da Linguística Textual e da
Gramática Tradicional (p.147), isto é, estruturação, mecanismos de
textualização (coerência e coesão) e mecanismos enunciativos. Podemos dizer que
esses elementos formam os gêneros textuais.
Por outro
lado, os gêneros discursivos se utilizam dos gêneros textuais para “criarem
vida”, ou seja, dentro de um texto há sempre as ideias de quem o fez. Um texto
é formado, primeiramente, pelo discurso e pelos ideais do locutor, partindo de um tema,
estrutura e estilo, cria-se o gênero, que, enfim, alcança o interlocutor.
Tendo-nos
a competência discursiva, utilizamos dos inúmeros gêneros textuais para
repassarmos nossas intenções da forma que queremos (ou podemos). Assim como os
gêneros textuais dependem de cada contexto histórico, os gêneros discursivos
dependem de um conhecimento antecipado de como se pronunciar, para quem, sobre
o quê, entre outros fatores de quem os usará. Os discursos são usados a todos
os momentos de nossa vida, em todas as situações proferimo-los.
Eliana
Dias; Elisete Maria de Carvalho Mesquita; Luisa Helena Borges Finotti; ET AL.
Antônio
Carlos da Silva Siqueira Júnior, aluno do curso de Letras, em IESA, Santo André
- SP.