O povo
brasileiro atualmente clama pela redução da maioridade penal para combater a
violência, mas será que essa mudança diminuirá drasticamente o crime no Brasil?
Sabemos que mudanças são necessárias, mas precisa-se pensar com cautela em
todos os aspectos sobre o que vai ser mudado.
O que mais se ouve dizer é que um jovem que comete um crime sabe o que está fazendo, por isso deve ser punido como um adulto. O que as pessoas não percebem é que a quantidade de crimes cometidos por menores de idade são bem menores comparados com a quantidade de crimes realizados por adultos; logo, a mudança não faria tanta diferença.
Outro fator importante a ser ressaltado é a formação do jovem criminoso: Que formação ele tem? Como foi criado? Em meio a quê? Quem deveria tê-lo orientado eram os adultos, os pais, professores e pessoas conscientes. Se o ser não aprendeu que tais atos são errados, é por que não foi ensinado; só pode ser dito que foi ensinado algo, quando o outro aprendeu.
Todo ser em formação precisa de auxílio. Fazer com que o jovem torne-se um adulto mais rápido só o deixará "independente", sem informações e noções do que fazer; é necessário que haja uma intervenção positiva na vida dele desde a infância. Segundo Aristóteles, o ser humano aprende imitando — então é correto afirmar que se o jovem tornou-se criminoso, é porque é reflexo do seu círculo pessoal e sociedade; sendo assim, o que deve mudar são as atitudes da sociedade inteira, é todo o sistema, e não a lei.
Em vista disso, é certo que diminuir a maioridade penal é um erro, pois o que
deve mudar são as atitudes tomadas no meio dos jovens enquanto em formação;
fazê-los refletirem sobre o que é certo ou errado. A questão não deve ser olhar
e programar o fim do jovem, e sim, o início e o meio; em vez de olhar para a
punição e aniquilação, por que não olhar também para a criação e construção?
Diminuir a maioridade penal é querer livrar-se da culpa de ter criado criminosos.