Ao dizermos que “vivemos em
sociedade” chega até a ser irônico. Como podemos viver em grupos, se pensamos
somente em nós mesmos? Falsidade para com todos e para nós mesmos. Vivemos em
sociedade porque somos obrigados, pois somos (ou nos tornamos) seres individualistas.
Hoje,
mais do que nunca, as pessoas estão cada vez mais egoístas; cada vez mais
pensando em si mesmas. Frequentemente vê-se muitas pessoas cursando e
capacitando-se para melhorar de emprego, mas não para melhorar seu trabalho e a
si mesmo, mas sim, para receber mais. Em redes sociais percebemos o apelo feito
para conseguir atenção, para conseguir likes,
para aumentar o próprio ego.
Em
contrapartida, vêem-se cada vez menos pessoas ajudando os outros. Pouquíssimos
o fazem. É muito comum vermos alguém caindo na rua e ao redor, pessoas rindo ao
invés de ajudar (o quadro “Cassetadas — seja lá como se chama — do Faustão”, da
rede Globo, mostra muito bem isso: pessoas achando graça da desgraça de
outrem).
Há toda
uma lógica do capitalismo que incita-nos a sermos egoístas, buscarmos sermos os
melhores, colocar-nos a competir — quando, ao contrário, deveríamos ajudar-nos;
olhar, importar e cuidar do outro.
Enfim, a
situação é/está realmente triste e só tende a piorar. Estamos tão concentrados
(e convictos) em nós mesmos que, quando vemos as poucas pessoas solidárias
agindo, achamos que eles querem se beneficiar com algo. Como diz Nietzsche:
"Há uma exuberância na bondade que parece ser maldade".
Excelente reflexão, o sistema capitalista nos molda individualistas, como se os indivíduos fossem de certo modo inimigos, e a posteriori através de uma demagogia nos dizem que vivemos em sociedade, cria-se primeiro a alienação e depois junto com a demagogia um fetichismo, assim fica extremamente fácil de manter o status quo dos capitalistas.
ResponderExcluirÉ lamentável ver a quantidade de incoerência das pessoas ao afirmar que vivemos em sociedade e que devemos querer o bem do próximo, se na primeira oportunidade de "ferrar" com o outro para obter êxito financeiro elas o farão. Há de lembrar-se que os que ajudam os outros, não ajudam por pensamentos humanistas (a grande maioria fetichizada com o sistema), ajudam o outro também por ego, e depois gritam aos quatro ventos que estão ajudando o próximo, assim alimentam seu ego pois fazem marketing que são "humanistas".
Uma situação complicada, esperamos um dia que mude, dizem que a esperança é a última que morre.
Verdade isso. Esse texto eu fiz na faculdade, para alguma atividade. Falamos que este sistema deixa as pessoas cada vez mais egoístas e individualistas, mas não percebem, como você disse. É verdade a questão do "ajudar-por-aparência", é o que Paulo Freire chama de "falsa generosidade", mas na época eu não tinha lido Pedagogia do Oprimido ainda (que aliás, publiquei aqui o fichamento comentado que fiz dele).
ResponderExcluirEsperamos que um dia mude, e façamos algo para mudar.