Ninguém gosta de
ouvir, ler ou ver que a verdade não está ao nosso lado, mas, pelo contrário,
contra nós. Dói. Machuca. As reações, dependendo da pessoa, são diferentes.
Alguém inteligente reflete, percebe o erro e busca melhorar a sua opinião sobre
os fatos. Os ignorantes são diversos, eles podem parar de falar com quem lhes
apresenta visões distintas das suas, ou são capazes de agredir quem lhes
corrige, ou ainda, se forem mais infantis, apenas se recusam a ouvir.
Algumas vezes, quando
se é criança, esta, orgulhosa, egoísta, idiota, somente para não dar o braço a
torcer, tapa os ouvidos, grita ou faz barulho para abafar o som, a fala, a
verdade que vem do outro. É uma ação ridícula, sim, todavia não cometida apenas
por menores, mas, frequentemente, por adultos, o que demonstra que, em alguns
indivíduos, o corpo cresce, mas a mentalidade, não.
Por exemplo, durante
os últimos meses do governo de Dilma, muita gente, alegando não querer dar
atenção para a corrupção, iniciou o chamado “panelaço”, que nada mais era do
que bater panela enquanto a ex-presidente discursava na TV. As pessoas que esse
grupo que se dizia “anticorrupção” apoiava, uma a uma, foram acusadas,
investigadas e, algumas, condenadas por corrupção. Há uma lista enorme de
sujeitos investigados e comprovadamente culpados por diversos crimes, mas que
ainda possuem privilégios que não os permitem ser presos. O que o pessoal das
panelas fez e faz agora? Nada.
Quando conseguiram
o impeachment, inteligentes como são, disseram que o país
melhoraria, que se tiraram a Dilma, tirariam o Temer e todos os outros que
fossem ruins. Nada disso aconteceu, o país piorou. Muito. Os escândalos de
corrupção aumentaram, pouca justiça foi realizada, muita injustiça está sendo
praticada e refeita diariamente. O que fez o grupo que vestia verde e amarelo,
que gritava, que dançava? Isto mesmo: dançou, mas silenciosamente.
Agora, passado um
tempo, com a ascensão de novos candidatos ao cargo de salvadores da pátria, de
defensores dos bons costumes e da família, de pseudo-mártires, os ignorantes,
tanto no sentido de que desconhecem os fatos, quanto no de que são agressivos,
voltaram. Retornaram com uma estratégia que demonstra a sua incompetência. Ao
verem o seu mito ser desmistificado, lançaram mão de uma imagem que diz: “Não
fale mal do meu candidato. Fale bem do seu e tente me convencer”. Inteligentes,
não? Aliás, atenção aos verbos no modo imperativo, que dão ordens: "não
fale", "fale", "tente".
É a mesma história
dos panelaços, de gente que não quer ouvir, ler (isso é o que menos
quer) ou ver a realidade (ou realidades diferentes); é coisa de pessoas que não
assumem o erro, que desconhecem que a política é coletiva, que requer diálogo e
comprovações a favor ou contra personalidades e ideias; que não sabem que uma das estratégias
da dissertação é o contra-argumento; que além da tese há uma antítese, para se
chegar à síntese; que desconsideram até mesmo a hipótese de que o outro pode
não ter um candidato escolhido para defender ou para falar bem, mas que está
apenas avaliando todos e que, no momento, está pontuando as partes negativas do
concorrente em questão. É difícil entender isso? Parece que, para eles, mais do
que complicado, é impossível.
Desta forma, não
adianta enaltecer A ou C, se você já está decididamente cego pelo B.