domingo, 14 de maio de 2017

Poema materno

No Dia das Mães, eu queria escrever um poema para a minha, porém, não consegui. Fiquei triste e fui relatar a ela, que disse:

— Mesmo se conseguisse, eu não entendo dessas coisas, menino. Eu estudei só até a quarta série. Mas se é o que você quer fazer, continue tentando, mesmo que eu não o compreenda.

Foi assim, então, implicitamente, que ela me ensinou que poemas não se escrevem: poemas se fazem. E não são feitos de uma hora para outra, mas palavra por palavra, ação por ação, dia após dia. O poema materno teve de ser adiado, precisou amadurecer.

Cada pessoa possui certa linguagem. Não adianta eu escrever palavras bonitas, mas difíceis, se o meu receptor, se o meu leitor, se a minha mãe não as entenderá. É preciso usar as palavras certas, que comuniquem, imediatamente e profundamente, quem as ouça.

Aprendi que ela (minha mãe) — e muita gente — percebe e demonstra (inconscientemente) que a verdadeira poesia está nas ações, não nas palavras. Lição básica: um poema é, antes de tudo, sentimento.

No fim, o meu presente acabou sendo este pequeno texto, no qual quem ensina é a minha mãe. Um dia, também pretendo ser professor, mas, por enquanto, na vida, sou estudante.
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